Estudo realizado
no Hospital Federal da Lagoa (HFL), vinculado ao Ministério da Saúde, mostrou que pacientes com doenças renais que se submetem a uma dieta
com menos proteínas podem viver mais tempo sem hemodiálise. A pesquisa foi
coordenada pelo nutricionista do HFL, Felipe Rizzetto, e envolveu 321 pacientes.
Agora, o trabalho foi selecionado para o XVI Congresso Internacional de
Nutrição e Metabolismo em Doenças Renais, que acontece entre os dias 26 e 30 de junho no Havaí.
Para o estudo, a
equipe identificou 321 pacientes tratados no HFL há mais de três anos e que se
consultavam no mínimo quatro vezes por ano. Todos os pacientes pesquisados
tinham doença renal crônica, mas ainda não se submetiam a uma terapia de
diálise ou hemodiálise.
A pesquisa separou
os pacientes em dois grupos. Um deles seguiu a dieta prescrita pelo
ambulatório. O outro grupo não seguiu o plano alimentar. “Em síntese, a
conclusão é que a função renal piorou em quem não seguiu a dieta e se manteve
em quem foi fiel ao plano. E a alimentação aumentou o tempo de vida útil do
paciente sem recorrer à hemodiálise”, explicou Rizzetto.
Dieta
O principal
diferencial da dieta aplicada aos doentes renais está na dosagem das proteínas.
Rizzetto explicou que o rim tem várias funções no corpo. Uma delas é depurar os
produtos que vêm das proteínas. “Quando você sobrecarrega o rim, diminui a vida
útil dele. A ideia do tratamento é justamente tentar sobrecarregar o mínimo
possível ele. Por isso, há a dosagem da proteína”, esclareceu o nutricionista.
Para iniciar o
tratamento, o nutricionista vê o histórico alimentar do paciente observando,
principalmente a dosagem de proteína ingerida. É observado também a quantidade
de leite, ovos, carne, frango e grãos. “Se a pessoa está comendo mais proteína
do que o corpo precisa, certamente está sacrificando sua função renal”, alertou.
“O importante é
que conseguimos manter o estado nutricional dos pacientes. Uma das críticas que
se tem é que os pacientes que seguem uma dieta assim podem chegar à
desnutrição, mas como nós conseguimos balancear, isso não ocorreu”, detalhou.
(Por Maria Carolina Lopes/ Comunicação Interna do Ministério da Saúde)
Foto: Science Photo Library/Corbis
Nenhum comentário:
Postar um comentário