segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Sem Segredos - Patric Marcelo
Eleições Digitais
Assunto do momento, eu não poderia deixar de comentar sobre as eleições presidenciais que estão chegando, talvez os mais novos não saibam, mas as votações antigamente eram em papel e a apuração do resultado levava dias, de hora em hora acompanhávamos resultados parciais que apresentavam as tendências e confirmavam ou não as pesquisas realizadas. Já com a votação eletrônica o resultado é apurado em poucas horas, colocando em evidência a evolução tecnológica que temos acompanhado nos últimos anos...
Bem, historicamente falando, existe muita polêmica sobre o nascimento da urna eletrônica, já que, desde os anos 80, durante o regime militar, ocorreram no Brasil diversos estudos sobre a realização de eleições informatizadas. Entretanto, a ideia de urnas eletrônicas firmou-se a partir de pesquisas realizadas pela Justiça Eleitoral para tornar mais fácil o processo de votação e apuração nas eleições.
Grupos de engenheiros e pesquisadores ligados ao Comando-Geral de Tecnologia Aerospacial (CTA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foram os responsáveis pelo projeto da eleição informatizada em grande escala no País.
A urna eletrônica que automatizou 100% das eleições, no Brasil, foi desenvolvida, por uma empresa brasileira, a OMNITECH Serviços em Tecnologia e Marketing, entre 1995 e 1996, e aperfeiçoada, em 1997, para o modelo que se tornou o padrão brasileiro, até hoje. O TSE já comprou mais de 500.000 urnas, através de 6 licitações públicas, de 1996 a 2006, de duas empresas americanas de integração de sistemas, a Unisys Brasil, em 96 e 2002, e a Diebold Procomp, em 98, 2000, 2004 e 2006. Toda a fabricação da urna eletrônica foi realizada por empresas de fabricação sob encomenda, a TDA Indústria, a Samurai Indústria, a Flextronics Brasil e a FIC Brasil, subcontratadas, pelas integradoras.
Em 1995, o TSE formou uma comissão técnica liderada por pesquisadores do INPE e do CTA, que definiu uma especificação de requisitos funcionais, para a primeira urna eletrônica, chamada então de coletor eletrônico de votos – CEV.
Para projetar, desenvolver e fabricar a urna eletrônica para as eleições de 1996,foi aberta uma licitação com o Edital TSE 002/1995, onde concorreram a IBM, que propôs um projeto baseado em um notebook, a Procomp, que apresentou uma espécie de quiosque de autoatendimento bancário e a Unisys, a vencedora da licitação com um design original que se tornou o padrão utilizado até hoje.
A implantação do voto eletrônico dificulta algumas das antigas e comuns fraudes externas da votação de papel, o que era bem comum nos tempos passados.
Já atualmente, a preocupação com a segurança da votação está em evidência, inclusive a obrigatoriedade da apresentação de documento oficial com foto, vem para colaborar a ajudar a todos nós na luta contra a fraude. Antigamente, qualquer pessoa podia se apresentar na seção de votação e não tinha que provar que aquele título lhe pertence, apenas assinava-se o formulário e estava liberado a votar.
Ainda em questão de segurança, as urnas eletrônicas são submetidas a "testes de fogo", ou seja, testes de invasão para garantir que os dados nelas contidos não sejam alterados por invasores.
Preocupado com isso o TSE reuniu nove equipes de hackers com um total de 38 especialistas inscritos, na sua maioria funcionários públicos atendendo convite do administrador eleitoral e dos quais apenas 20 compareceram, tentaram quebrar os mecanismos de segurança das urnas eletrônicas. O teste foi realizado em Brasília, entre 10 e 13 de novembro de 2009, tendo ocorrido um caso considerado de sucesso.
É leitor a segurança digital é sempre colocada em check, e cabe a nós brasileiros ficarmos de olhos bem abertos para que não sejamos passados para trás, pois sempre existirá alguém querendo levar vantagem e burlar algum sistema de segurança, seja financeiro, político ou social.
Então, segurança digital a parte, nessas eleições vote bem, vote certo, como ouvimos a toda hora: "O futuro do País está em nossas mãos".
Até a próxima.
Patric Marcelo
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