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segunda-feira, 8 de março de 2010

Sua arma, seu voto - Carlota Franco

O Dia Internacional da Mulher comemorado oficialmente desde 08 de março de 1975, é uma data especial sem dúvida, de grande importância, vinculada a um trágico acontecimento. No ano de 1875 em uma fábrica em Nova Iorque, onde mulheres operárias lutavam por um salário melhor e também por uma melhor distribuição na jornada de trabalho. Elas foram queimadas vivas porque pela primeira vez, quiseram decidir com suas próprias cabeças o que fazer! Hoje neste século globalizado, comemora-se a celebração do grande e novo espaço alcançado pela Mulher em vários setores como na economia, na política e na área social. Com certeza a mulher “chutou o balde”! Será?
Nas ultimas décadas, as mulheres na sua maioria, saíram em massa para o trabalho fora de casa, ampliando dessa forma a possibilidade de controlar sua própria vida, escolhendo novos rumos, distanciando-se cada vez mais da mulher submissa, aquela pobre “Amélia” restrita aos deveres do lar e aos papéis de mãe e esposa e também objeto sexual. Aos poucos, com muita luta e determinação, foram enterrados os velhos conceitos que “tapa de amor não dói” e deixa pra lá porque “ele” está batendo no que é dele!? Pode! Tapa de amor dói sim e é crime! Infelizmente, mesmo com os avanços, denunciando crimes, eles continuam impunes.
As mulheres representam atualmente cerca de 40% da população trabalhadora, mas também sabemos que ainda e apesar de muitas conquistas conseguidas pelas mulheres , elas ainda ocupam cargos de segundo e terceiro escalão. Dificilmente encontramos mulheres ocupando cargos de comando, na maioria das vezes são, vice-isso, ou sub-aquilo, embora no quinto artigo da constituição Homens E Mulheres São Iguais Em Direitos E Obrigações.
Está ainda muito difícil e é evidente que, a mulher sofre além da violência física a pior violência que é a simbólica, que faz com que elas se enxerguem através dessas modelagens, que baixam a autoestima, interferem no amor próprio em uma tentativa de regredirem em seus direitos tão arduamente conquistados e cidadania construídas a “duras penas”.
Porém o jugo masculino até hoje, interfere muito contra a autonomia das mulheres, impondo-as sutilmente a uma imagem corporal (dos manequins e modelos das passarelas) inatingível, e uma sexualidade submetida ao desejo masculino. Nesse pacote genérico, estão também incluídas cirurgias de emagrecimento, consumo de drogas perigosas para o rejuvenescimento e, ainda a volta à maternidade, com força total e com outras características, não como uma escolha, mas uma imposição, fonte máxima da realização da mulher: “Ser Mãe”, aí sim! Uma mulher de verdade! Mesmo sendo através de outros meios de concepção. A modernidade desse milênio nos assusta, quando nos deparamos com um ressurgimento um tanto lúgubre, de retorno a valores conservadores tão incompatíveis às novas conquistas das mulheres e que vão contra sua autonomia tão duramente conquistada.
“A humanidade tem duas asas: o homem e a mulher. Enquanto essas duas asas não estiverem em igual força, o pássaro não poderá voar e o extraordinário alcance da humanidade não poderá ser obtido”.

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