"Esqueça o mundo e vem com a gente viajar", diz
uma das músicas de abertura dos espetáculos do Circo de Teatro Tubinho, que
está instalado em Tatuí desde julho, na Rua 11 de Agosto. E é isso que
realmente acontece. Quando começa o espetáculo, entramos em um mundo diferente,
o mundo do palhaço Tubinho, que diverte e conquista cada vez mais o público com
seus bordões como "Ói que tonto", "É divertido",
"Psionante", entre outros. Afinal, não é à toa que ele recebeu o
título de "O Rei do Riso".
O sucesso em Tatuí está sendo tão grande, que nos dias
anteriores aos espetáculos, há grandes filas para comprar ingressos, que se
esgotam rapidamente. Espetáculos como Tudo em Cima da Cama fizeram um sucesso
tão grande, que devido a inúmeros pedidos do público, foram reapresentados.
A comédia preferida do Rei do Riso é Tubinho o Rei do
Gatilho, que foi totalmente reformulada, com a direção de Hugo Possolo. A
reestreia aconteceu no dia 1º, com reapresentação no dia 02. E mais uma vez, foi sucesso de público.
Quem vai pela primeira vez já se torna fã e quer voltar
novamente. Várias pessoas "perderam a conta" de quantas vezes foram
no Circo de Teatro Tubinho, que possui cerca de 100 espetáculos, na maioria de
comédia, mas também dramas, como O Pagador de Promessas e Canção de Bernadete.
As terças-feiras são reservadas para as crianças, com uma programação
totalmente voltada para elas. Nas quartas-feiras não há espetáculos, é folga do
circo.
O Circo de Teatro Tubinho tem patrocínio da Petrobras e
do Ministério da Cultura.
Para saber mais sobre Tubinho, confira a entrevista com
Pereira França Neto, que interpreta o palhaço:
Como você se
tornou o palhaço Tubinho?
O Circo de Teatro Tubinho já tem quase 50 anos de
história. Então de 1959 até 1978 meu tio fez esse palhaço, e em 2001 ele me
autorizou a continuar com o nome. E de 2001 pra cá estou fazendo o Tubinho.
Por que o nome
Tubinho?
Na verdade ninguém sabe exatamente. A lenda, porque ele
nunca me contou sobre isso, e o que me contaram, é que existia um vestido que
chamava tubinho e que existe até hoje, mas na época que ele fazia o palhaço era
muito famoso esse vestido. Como falavam que toda mulher tinha que ter um
tubinho, ele fez o Tubinho.
Quantos
espetáculos o circo tem? Quem escreve esses espetáculos?
Varia muito o número de espetáculos conforme a aceitação
das cidades. Hoje a gente tem uma leva de 100 espetáculos, a grande maioria é
dessa década de 50 e uns 30%, 40% a gente escreveu. Eu escrevo, tem um primo
meu que trabalha na companhia e se chama Dionísio que também escreve, tem um
autor, Gaúcho, que também escreve, e assim por diante.
Quantas pessoas
formam a companhia?
São quase 30 pessoas que viajam junto com a gente.
Sim, a grande maioria.
E como é a
convivência entre vocês?
A gente é uma família. Não vou dizer que a gente não
briga, acontece, mas a gente é uma família e vive todo mundo junto, então isso
passa muito rápido. Quando existe algum tipo de desentendimento, às vezes até o
próprio espetáculo ajuda isso acontecer. Um está meio de mal com o outro, mas
na hora do espetáculo não tem jeito, você tem que conversar, tem que dar risada
e na hora que termina o espetáculo está todo mundo se abraçando.
Quem vai ao circo
sai repetindo seus bordões. Como eles são criados?
Na verdade eu costumo dizer que quem cria isso é o
próprio público, porque eu falo, e a resposta vem do público. E quando a
resposta vem boa a gente mantém.
Como está sendo a
temporada em Tatuí?
Maravilhosa! A gente está sendo muito bem recebido, nas
ruas o pessoal pede pra tirar foto, pede autógrafo, nos trata muito bem.
Estamos muito felizes!
Deixe uma mensagem
para o público de Tatuí...
Não tenho nem mensagem pra dizer, tenho só a agradecer.
Muito obrigado pela forma como receberam a nossa família, e é um prazer estar
aqui fazendo teatro e o povo estar vindo dar risada com a gente.
Como tudo começou
A trajetória artística da "família Tubinho" em circos de variedades
começou em meados de 1918, quando Juvenor Ferreira Garcia (o palhaço Caolho) casou-se
com Lola Garcia (vó Lola). Ambos trabalharam em várias companhias circenses até
fundarem seu próprio circo em 1933, acompanhados pelos filhos Altamar,
Brasilina (Lina) e Juvenor (Juve).
Com o tempo, Altamar, o filho mais velho do casal, passou
a ser o palhaço Tricô no então Circo Irmãos Garcia. Naquela época, era grande o
número de circos espalhados pelo País e a concorrência fez com que os Irmãos
Garcia inovassem os seus espetáculos circenses com a encenação de peças
teatrais no picadeiro.
Aos poucos as encenações tomaram todo o espetáculo,
criando assim o Circo Teatro Irmãos Garcia. Altamar precisou sair do grupo e
nasceu a necessidade de se ter um novo cômico. Juve Garcia (filho mais novo do
casal Juvenor e Lola Garcia), cria então "Tubinho um Trapalhão" que
está nos palcos até hoje. Mais tempo se passa e em 1959, Juve monta sua própria
companhia, o Circo Teatro Irmãos Garcia Com Tubinho e Sua Cia. O grupo rodou o
Paraná, Santa Catarina e São Paulo, mas com o aparecimento da TV começa a
perder público e em 1978, Juve resolve parar com o circo, e dedicar-se a
animação de festas infantis em Curitiba (PR), onde criou a Juve Garcia
Organização de Espetáculos Teatrais.
Pouco antes de sua morte em 1994, Juve, ainda no
hospital, passou o nome de Tubinho a seu sobrinho Pereira França Neto. Através
da junção entre Pereira França Neto, sua irmã Silvana Pereira e seu pai Amilton
Garcia, no dia 29 de junho de 2001 renascia o Circo de Teatro Tubinho na cidade
de Arapoti (PR) com a peça "E o Tubinho Apareceu".
Fotos: Tubinho - Jornal É Notícia / Juve Garcia - Divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário