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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sua arma! Seu voto - Carlota Franco

O Rio de Janeiro sempre se antecipa, sai na frente e como diz o “carioca da Gema”, faz parte do DNA. Os blocos carnavalescos vão se formando naturalmente, cada um procurando sua identidade, com muito samba no pé e uma “moral provisória” com o objetivo de ser feliz e viver o momento intensamente, achando um motivo concreto ou abstrato, para cair folia! Foi assim que nasceu a homenagem ao grande brasileiro Oscar Niemeyer. Antecipando o Carnaval, os blocos foram se formando, o som forte e redondo foi chamando o povo! Logo a orla ficou concreta, um mar de gente colorida, irreverente, bonita como o Rio e os projetos arrojados do nosso querido Oscar!
O Carnaval é isso aí! Está pipocando em todos os cantos desse “Brasilzão”. É uma maneira de “soltar as frangas”, esquecer a rotina, é essa maneira que o nosso Zé brasileiro tem para esquecer as mazelas e mesmo de maneira improvisada, mas criativa, não importa o lugar... Na rua, no clube, ou na sua comunidade, o importante é dar vazão aos seus sentimentos, expressar-se através da fantasia improvisada e da máscara, mostrando sua busca constante e inconsciente pela felicidade “meia boca” e impregnada de suor e sofrimento! Constatamos que os menos favorecidos e as classes mais pobres, curtem o Carnaval para valer! Sacrificando-se o ano inteiro, economizando, batalhando cada “real” para arrasar na Avenida! Todas essas Escolas merecem o nosso respeito! É o verdadeiro espírito do Carnaval!
A folia de Momo mostra muito bem, como está o mundo hoje. É um verdadeiro termômetro para nós certificarmos a saúde mental do povo, nesse planeta que já foi azul! Com raras exceções, quase todo o exagero da alegria carnavalesca não convence, ela é tão falsa...Vem num pacote onde as drogas, as bebidas e as extravagâncias, falam mais alto, principalmente nas classes mais privilegiadas, onde o limite perdeu a validade.
Sabemos que temos que evoluir. Afinal estamos no terceiro milênio, a “filosofia” é outra. Nossos jovens pertencem à essa geração com terminologia diferenciada, com novas atitudes e princípios e que jamais entenderiam o lirismo de um Arlequim, ou dos incríveis e subjetivos Dominós de Tatuí, atraentes e enigmáticos, quase infantis. Sentir o cheiro gostoso de um “lança perfume” jogado sempre na garota preferida de maneira “galante”? Toda essa poesia ficou no imaginário das gerações passadas, nos velhos romances e nos filmes antigos!
Até a natureza entrou nessa “folia sinistra”, barbarizando várias cidades e capitais, com sua chuva incessante, deixando populações inteiras desabrigadas. Elas com certeza já anteciparam o Carnaval se sentindo verdadeiros palhaços dos políticos, fantasiados de “bobo da corte”das administrações públicas. Pense comigo... Nos sentimos muito tristes e pesarosos quando assistimos o sofrimento dessas pessoas vítimas das enchentes, no conforto de nossa casa!

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